SINOPSE: Não chove em Kiewarra, Austrália, há dois anos. As tensões na comunidade agrícola tornam-se insuportáveis quando três membros da família Hadler são encontrados mortos em sua propriedade. Todos acham que Luke Hadler matou a esposa e o filho de seis anos de idade e depois cometeu suicídio. Apenas a filha mais nova, ainda bebê, sobrevive. O policial Aaron Falk retorna à sua cidade natal para os funerais e se vê atraído para a investigação. Enquanto a suspeita paira sobre todos os moradores da cidade, Falk é forçado a confrontar a comunidade que o rejeitou vinte anos atrás. Um segredo que ele pensou estar enterrado há tempos ameaça voltar à tona com a morte de Luke.

Devido ao hype criado, mais uma vez comprei um livro para ler. A obra da vez foi “A Seca” da escritora inglesa e com cidadania australiana, Jane Harper. Seu livro de estreia ganhou o “Ned Kelly Award Best First Fiction”, “ABIA Book of the Year”, “ABIA General Fiction Book of the Year”, “Indie Book Awards Debut Fiction”, “British Book Award for Crime & Thriller Book of the Year”, “Amazon Best Mystery and Thriller Novel Award” e “Goodreads Choice Award for Best Mystery Thriller and Best Debut”.

Mas apesar de um livro altamente premiado e tão bem avaliado pela crítica e pelos leitores, considerei “A Seca” um livro bem mediano.

A trama principal de “A Seca”, que é o assassinato de membros da família Hadler e o suicídio de Luke, é apenas o estopim para mostrar o comportamento dos habitantes da pequena cidade de Kiewarra.

Suspeito de ter matado sua própria família, o antes bem quisto patriarca da família Hadler, passa a ser visto como um pária pelas pessoas e inclusive, por aqueles que eram seus “amigos”. Situação semelhante é vivida por Aaron Falk, que precisa retornar à sua cidade natal e precisa encarar a animosidade da população de Kiewarra, por causa da morte de uma amiga sua em sua época de adolescência.

O que vemos então em “A Seca” é a retratação do comportamento de uma cidade pequena e incrustrada no deserto australiano. Uma sociedade cheia de preconceitos e prejulgamentos, que ao menor sinal de mudança no status quo, passa a ser tratado com desconfiança e animosidade. Logo, se pequenas coisas causam essas reações nas pessoas de Kiewarra, o que o assassinato de uma família pelas mãos do próprio patriarca, causaria? Vinte anos são suficientes para não incendiar as memórias e a revolta dos habitantes contra o “suspeito” pela morte de uma adolescente?

Por falar em incendiar, preciso dizer que a situação de estiagem que Kiewarra vive, e que dá nome ao livro, é só um elemento sem muita importância para o mistério que envolve o assassinato seguido de suicídio da família Hadler. A escritora até consegue demonstrar que o êxodo social e econômico é resultante desse fenômeno meteorológico, mas falha em querer associar a seca com o crescente sentimento de revolta das pessoas. A seca só vai ter realmente importância no final do livro, quando determina o destino de alguns personagens.

Os personagens e a narrativa são bons, mas não me mostraram nenhum lampejo que me convencesse de que “A Seca” merecesse todos os prêmios que ganhou e muito menos me fizesse sentir empolgado durante a leitura.

“A Seca” é uma leitura competente, um bom passatempo para as horas livres, mas na minha opinião não é uma obra que mereça destaque na minha grande, e em constate crescimento, coleção de livros. Como romance policial, é uma história bem fraca, mas retrata bem uma cidade pequena que esconde segredos e com pessoas que não perdem tempo em apontar o dedo para os erros dos outros (mesmo que elas próprias sejam tão tortuosas quanto seus alvos).

“A Seca” é o primeiro livro de uma série policial que tem Aaron Falk como protagonista. Como sempre faço, pretendo ler pelo menos mais um livro de Jane Harper, para chegar a conclusão se ela é ou não um boa contadora de histórias.

Por enquanto, minha opinião é que a escritora Jane Harper não é uma boa contadora de histórias, pois não vale a pena ler “A Seca”.

Ficha Técnica

Título Original: The Dry

Título no Brasil: A Seca

Autor: Jane Harper

Tradutor: Cláudia Costa Guimarães

Capa: Comum

Número de páginas: 368

Editora: Morro Branco

Idioma: Português

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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