Carrossel Sombrio de Joe Hill
SINOPSE: Carrossel Sombrio é uma odisseia sobre a complexidade da mente humana, um livro hipnótico e inquietante. Cada um dos seus treze contos – dois deles escritos em parceria com Stephen King – explora as facetas de nossos segredos mais aterrorizantes, nossas vulnerabilidades mais profundas e nossos medos mais primordiais, consolidando Joe Hill como uma das mais poderosas vozes da literatura de suspense atual.
Filho de Mestre, Mestrinho é? No caso de Joe Hill, sim. Com uma escrita que mistura um estilo próprio e do patriarca da família King, ele é um dos escritores mais conhecidos do mundo e capaz de vender tantos livros quanto o pai.
Minha opinião é a de que contos devem proporcionar uma leitura mais ágil. Por esse motivo, quando a historieta é longa demais ou possui um ritmo narrativo mais lento, acabo me decepcionando bastante com a experiência. Um exemplo disso é que gosto muito, mas muito mesmo dos contos curtos de H.P. Lovecraft, mas já peno bastante para terminar de ler uma história mais longa dele, mesmo que ela seja riquíssima em detalhes.
Dito isso no parágrafo acima, devo dizer que os contos em “Carrossel Sombrio” possuem um problema no ritmo narrativo, que na minha opinião, advém do estilo de escrita de Joe Hill. Por mais que ele tenha sua própria marca é impossível não ver a influência do pai em suas histórias, mais especificamente na hora de construir os personagens e o cotidiano em torno deles. Ao narrar detalhes da vida simples das pessoas, as marcas de bebidas e alimentos consumidos, alguns “causos” que ocorreram com as pessoas; tanto a escrita de Joe Hill quanto a de Stephen King se assemelham bastante. E essa característica, tornam lentos os contos em “Carrossel Sombrio”, o que me fez a princípio achar que não valeria a pena ler esse livro. Mas quando coloquei essa característica no estilo da escrita de Joe Hill de lado, devo dizer que ele mais uma vez provou que não precisa do sobrenome famoso do pai para chegar onde está.
Essa coletânea de contos viaja por vários gêneros literários, sendo os que não exploraram o terror, os meu favoritos. Dos 13 contos desse livro, “Devoluções Atrasadas” é meu preferido, pois apesar do componente sobrenatural (o encontro com fantasmas em uma biblioteca móvel), ele é explorado para narrar uma história de redenção muito bonita. “Tudo Que Me Importa É Você” foi um conto que tem um final surpreendente, pois é criada uma imagem da protagonista, somente para ser destruída no parágrafos finais. “Twittando no Circo dos Mortos” é um conto muito legal e assustador com zumbis. “Campo do Medo”, história adaptada para um filme pela Netflix, é muito mais simples (nada de viagem no tempo), o que torna tudo mais interessante, e com um final bem pesado. E “O Diabo na Escadaria” possui uma estrutura (escrito na forma de degraus) que é muito legal.
Mas como sempre acontece comigo quando leio uma coletânea de contos, existem historietas que estragam um pouco minha experiência de leitura, e em “Carrossel Sombrio” não é diferente (a própria história que dá nome ao livro é bem mediana). Mas os piores contos, disparados, são “Estação Wolverton”, “Impressão Digital” e “Mães“.
Fazendo um balanço geral, essa coletânea de contos fica na meiuca entre uma ótima leitura e uma experiência decepcionante quando analisamos a quantidade de história boas, medianas e ruins. Porém, vale conferir esse livro, pois colocando de lado alguns aspectos de escrita e criativos de Joe Hill, podemos perceber como ele é talentoso.
Então, chegando ao final dessa resenha; o meu veredicto é que apesar dos pesares, sim, vale a pena ler “Carrossel Sombrio”
Ficha Técnica
Título Original: Full Throttle
Título no Brasil: Carrossel Sombrio
Autor: Joe Hill
Tradutor: André Gordirro
Capa: Comum
Número de páginas: 480
Editora: TAG / HarperCollins
Idioma: Português