SINOPSE: Uma nova droga no mercado promete ser a grande atração de uma festa em uma fábrica abandonada. A Fylo-Medusa é o assunto na boca dos jovens, que só querem ter uma noite de diversão. Entretanto, a manhã seguinte ao evento revela-se devastadora: pessoas desaparecidas, pessoas mortas, pessoas confusas. O que teria acontecido naquela noite? Estaria a droga envolvida nesse acontecimento? Em O caso Fylo-Medusa, você está convidado a conhecer 17 diferentes pontos de vista acerca dessa fatídica noite. Mas tome muito cuidado em quem você irá confiar.
“A grama do vizinho é sempre mais verde!”. Esse ditado popular vale para várias situações, e para o mundo dos livros também. Os brasileiros apresentam um certo preconceito com a literatura nacional, pré-julgando algumas obras literárias como inferiores ao que é produzindo lá fora. A verdade é que tanto dentro como fora do país, temos livros ruins. Mas de vez em quando nos deparamos com ótimos trabalhos, e “O Caso Fylo-Medusa” é um exemplo.
Organizado por Marcos Tadeu Mageste e Charlito Ogami, “O Caso Fylo-Medusa” é uma coletânea de contos escritos por autores nacionais que possuem um elemento em comum: uma festa regada a Fylo-Medusa, uma nova droga que causa terríveis consequências a seus usuários.
A maioria dos contos tem como base o Horror Cósmico, sendo alguns se insinuando com o gênero e outros totalmente imersos nessa forma de contar uma história. Mas “O Caso Fylo-Medusa” traz muitas história que misturam o Cosmicismo com terror, horror psicológico e gore, mostrando mais uma vez como esse livro é um exemplar excelente para os amantes da literatura de terror.
Tirando os livros que juntam diversos contos de H. P. Lovecraft, sempre tenho problema com coletâneas literárias, pois quando faço um balanço final, percebo que muitas histórias são péssimas e só foram inseridas para dar volume. Mas “O Caso Fylo-Medusa” me surpreendeu ao trazer 17 ótimos contos de terror. Dois são os fatores que podem explicar essa excelência, sendo o primeiro a qualidade da escrita dos autores, que conseguem com poucas palavras imergir o leitor no objetivo de cada conto que é mostrar os eventos assustadores e sobrenaturais advindos do uso dessa nova droga. E o segundo motivo é o trabalho dos organizadores do livro, ao selecionarem verdadeiros representantes literários do terror nacional, e que não devem em nada à literatura de terror mundial.
E para finalizar, não poderia deixar de falar do trabalho gráfico realizado pela editora Diário Macabro. O início de cada capítulo apresenta uma diagramação diferente, sendo o título vindo na horizontal, ou em espiral, e por aí vai. A ideia dos organizadores é apresentar toda a alucinação e psicodelia que a Fylo-Medusa causa em seus usuários. Mas como se isso não fosse suficiente, a capa do livro que tem arte de Matheus Ferreira de Jesus é algo impactante e surpreendente.
Sou crítico com minhas leituras, não poupando ninguém, nem mesmo os meus escritores preferidos. O Brasil produz muito trabalho literário ruim? Com certeza, mas é algo que ocorre em todos os países. “O Caso Fylo-Medusa” é um ótimo exemplo de que os brasileiros produzem sim, ótimos livros de terror.
Vale muito a pena ler “O Caso Fylo-Medusa”!
![]() | Ficha Técnica: Título no Brasil: O Caso Fylo-Medusa Organizadores: Marcos Tadeu Mageste e Charlitto Ogami Capa: Comum Número de páginas: 184 Editora: Diário Macabro Idioma: Português |