SINOPSE: Início do século XX. Thomas Wake (Willem Dafoe), responsável pelo farol de uma ilha isolada, contrata o jovem Ephraim Winslow (Robert Pattinson) para substituir o ajudante anterior e colaborar nas tarefas diárias. No entanto, o acesso ao farol é mantido fechado ao novato, que se torna cada vez mais curioso com este espaço privado. Enquanto os dois homens se conhecem e se provocam, Ephraim fica obcecado em descobrir o que acontece naquele espaço fechado, ao mesmo tempo em que fenômenos estranhos começam a acontecer ao seu redor.

A produtora A24 tem em seu portfólio, produções de terror que fogem do senso comum, como por exemplo “Hereditário” e “Midsommar” de Ari Aster. Mas o filme que alçou a produtora foi “A Bruxa” do diretor Robert Eggers, que devido à sua narrativa e estética gerou alguns debates se o longa-metragem poderia ser classificado como terror.

“O Farol“, é a nova produção da parceria entre Robert Eggers e A24, sendo de longe, o mais estranho e difícil de ser rotulado. O diretor , que mais uma vez se utilizou de relatos reais para criar a história, a conduz de forma no mínimo insólita. O horror lovecraftiano fica por conta do mistério que supostamente se esconde no farol. Esse “algo” inominável que não pode ser explicado, quando confrontado pelas pessoas, as leva à total insanidade. Esse elemento, fica implícito no filme, quase como uma sombra pairando sobre os personagens.

Mas assistindo ao filme, fiquei com a impressão de que se “O Farol” pode ser classificado como terror, é devido a insanidade de Thomas Wake (Willem Dafoe) e Ephraim Winslow (Robert Pattinson). E essa loucura dos personagens é trabalhada de forma a criar uma dúvida na cabeça dos espectadores. Eles enlouqueceram devido ao que supostamente existe no Farol, ou devido ao total isolamento imposto a eles? Um exemplo é a visão de uma sereia por Winslow, que seria realmente um encontro com um ser sobrenatural, ou somente fruto de uma mente perturbada.

Mas o que chama a atenção em “O Farol” são as atuações dos protagonistas. Willem Dafoe mais uma vez dá uma aula de interpretação, e mostra que é um dos grandes nomes não reconhecidos por Hollywood (pois já passou da hora de ganhar um Oscar de Melhor Ator). Robert Pattinson, que possui o estigma de ser sempre lembrado pelo péssimo papel na série “Crepúsculo”, aqui demonstra um talento excepcional. Os dois atores estão muito bem, e quando interagem um com o outro, tornam o filme mais interessante.

“O Farol” trabalha sua história nos mesmo moldes de “A Bruxa”, em um ritmo lento e somente insinuando o terror a quem está assistindo. Mas enquanto sabemos que existem forças sobrenaturais na floresta em “A Bruxa”, em “O Farol” esse elemento parece não existir, e  por esse motivo, não é um longa-metragem aconselhado para quem não tem mente aberta e prefere produções de terror mais clichês.

Lento e insólito? Sim. Entediante? Dependendo do seu humor, também. Mas se você estiver empolgado e querendo algo bem diferente, então vale a pena assistir “O Farol”.

https://www.youtube.com/watch?v=rwExUiQzCD0

 

Ficha Técnica:

Título Original: The Lighthouse

Título no Brasil: O Farol

Gênero: Terror Psicológico

Duração: 110 minutos

Direção: Robert Eggers

Produção: Youree Henley, Lourenço San’tAnna, Rodrigo Teixeira, Jay Van Hoy

Roteiro: Robert Eggers, Max Eggers

Elenco: Willem Dafoe, Robert Pattinson, Valeriia Karaman

Companhia(s) produtora(s): A24, RT Features, Regency Enterprises, Parts & Labor

Distribuição: A24 (América do Norte) / Focus Features (mundial)

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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